segunda-feira

Room with a Liffey view II

Trocámos umas cosy words, caminho aberto pelo meu "bom dia" na língua local. Indicou-me um Inn virado para o rio mas longe do centro. Depois de ter passado pelo quarto e de ter repetido a dose de bangers and mash, num pequeno-almoço que me soube pela vida, coloquei o gorro e entrei na rua na hora de ponta. Lembrei-me dos tempos da proibição; quando queríamos beber um copo tínhamos de ir a Belfast. Lembrei-me de quando atiráramos as bicicletas ao Liffey, lembrei-me das casas de Dublin, dos bairros de Dublin, dos bares de Dublin. Lembrei-me do Ricky, de quando entrava nos pubs e calava as ladaínhas irlandesas e punha toda a gente a cantar em coro músicas do Sinatra.
Trepei a cerca das traseiras da casa da Sand. Tirei o gorro. Quando espreitei pela janela da cozinha as panquecas estavam a chegar à mesa. Ao contrário dum susto recebi uma cara inquisidora que explodiu num enorme sorriso. Sand e os miúdos correram para a porta das traseiras, gritando o meu nome num abraço do Verão passado. As bangers aconchegaram-se ao mash e arranjaram espaço para mais umas panquecas e umas longas histórias, contadas por caras felizes, radiantes. Senti pela primeira vez, desde o início da fuga, que estava em segurança. Essa sensação abriu-me ainda mais o sorriso e exclamei: "God save the micks!!"

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